“Cometi todos os erros possíveis, mas o maior deles foi não ter dado atenção a mim mesma como precisava e só fui compreender isso quando estava para abrir a turma MAV 10 e fiz o exercício da cura da menina interior. “

De família simples e muito conservadora com 3 gerações de militares e uma criação bastante rígida. Sou Umbandista e praticante do chá da Ayahuasca. Desde novinha fui criada dentro de casa, o que por um lado foi ótimo, pois tive uma infância feliz, mas por outro lado, isso me atrapalhou um pouco na vida adulta, porque estava totalmente despreparada para o mundo fora da minha casa e isso, por muitas vezes, foi frustrante e decepcionante. Foi na virada de ano de 2019 para 2020 que decidi que definitivamente eu iria me curar de tudo que já passei.

Então em uma daquelas promessas de Réveillon, prometi que 2020 seria o ano que eu seria feliz, que encontraria alguém legal para namorar. Então, minutos depois recebo a primeira mensagem de Feliz Ano Novo, era do ex que agora estava solteiro a quase 1 ano, me desejando coisas boas. Na hora apenas retribui, mas sem dar muita trela.

Na semana do carnaval deste ano, esse ex voltou a me procurar e eu agora mais firme, pensei que depois de tantos anos sozinha, seria mais fácil abrir a porta para alguém que eu já conhecia do que conhecer outros caras, que seria só o primeiro de muitos que eu poderia conhecer, e marquei de sairmos já na mesma semana. Voltamos a sair, então a pandemia fechou tudo, o emprego que viraria fixo deixou de existir e agora em casa, tinha muito tempo ocioso e livre para pesquisar sobre relacionamentos.

Foi após o carnaval de 2020, depois de sair com um ex, que encontrei o Ítalo, ele tinha acabado de fechar as inscrições para a turma do MAV 9. Comecei a assistir tudo o que eu poderia do material disponível dele na Internet. Cometi todos os erros possíveis, mas o maior deles foi não ter dado atenção a mim mesma como precisava e só fui compreender isso quando estava para abrir a turma MAV 10 e fiz o exercício da cura da menina interior.

Nessa mesma época esse ex no qual eu já estava completamente envolvida, disse que estava apaixonado por outra!
No mês que voltei a trabalhar reencontrei com esse ex, mais uma tentativa frustrada. Como o MAV 11 já estava para abrir as inscrições, eu logo entendi que não deveria me relacionar com ele, pois tudo o que eu fazia não dava certo, porque existia muita coisa que eu ainda não sabia sobre os homens.

E quando abriu a turma 11, eu entrei!!! Imediatamente comecei com as aulas e vendo o cronograma do curso, coloquei como meta, só voltar a me relacionar depois de terminar os ciclos 0 e 1, pois estaria mais fortalecida.

Na mesma semana que fiz minha inscrição no MAV, conheci meu namorado. Ele alugou a sala ao lado do Terreiro que frequenta, e que, por coincidência, para montar o seu Terreiro. E, todo cordial, nos convidou para fazer aulas de Curimba, no qual eu aprenderia a tocar o instrumento mais usado nos Terreiros, o atabaque.

Um curso que eu queria desde que ingressei na Umbanda. Então já na semana seguinte, eu estava lá. Meu primeiro contato com ele, já tinha sido um mês antes, quando ele estava de mudança, mas apenas nos cruzamos e o que mais me chamou a atenção foi de que ele estava tão cheiroso que senti o perfume dele de longe!

Quando iniciei na turma, apenas o levei como um simples vizinho e professor, já que ele era mais novo, mas com o passar dos dias fomos nos conhecendo e tudo mudou.

Até que em uma das brincadeiras, ele falou algo que me remeteu as coisas que estava vivenciando e ao terminar a aula, ficamos conversando sobre a vida por horas. E foi assim por semanas, falando sobre coisas em comuns, principalmente em questões de relacionamentos anteriores.

E o vendo como amigo, abri o jogo de que estava fazendo o MAV. Nos dias que eu tinha trabalho no meu terreiro ele vinha nos visitar e vice-versa, no dia que eu podia estava lá toda empolgada para conversar e ele prontamente fazia o mesmo. E nos dias que não nos víamos, trocamos mensagens quase diariamente.

Até que um dia no qual eu tinha compromisso e não poderia ficar muito após a aula, comentei que precisávamos marcar um dia só para conversarmos, pois tínhamos muitos assuntos ainda e ele topou. Marcamos para uns dias depois, um almoço de domingo e lá fomos nós, mas eu agora mais ciente do que deveria fazer, o coloquei em meu funil, já que era solteiro, mas ainda mais na zona da amizade do que qualquer outra coisa.

Ficamos no restaurante por horas, conversando, rindo e nos divertindo. E quando fomos embora, ele disse que se tivesse de carro faria questão de me levar em casa só para continuarmos conversando, mas todo cavalheiro, apenas chamou um Uber para mim mesmo. E como eu morava perto do restaurante, demorei no máximo 10 minutos e ele conversando comigo só pra ter o cuidado de que eu estava segura em casa.

Nesse dia, resolvi que era hora de procurar o ex novamente, pois já me sentia mais preparada, mas só obtive retorno tarde da noite. E quando tive, foi uma baita surpresa, ele havia respondido que não estava na cidade e que tinha passado o fim de semana na casa da moça que ele estava se relacionando.

Me senti horrível por certos detalhes que ele deu, mas me serviu de lição: era hora de dizer adeus, pois ele não queria mesmo nada comigo! Como ele nunca assumiu a relação com ela, ainda o deixava no funil, mas depois dessa, foi pro limbo e não saiu mais de lá. Lembrando de uma conversa com uma amiga, lembrei que ela disse: “quando eu comecei a namorar o meu namorado, escolhi no Tinder alguém que me atraía, mas jamais ficaria, um cara com um nome igual ao meu!”.

Isso ficou gravado, e me lembrei das aulas do MAV que diziam sobre quebrar padrões. E tudo fez sentido! Eu tinha um cara mais velho que eu gostava que não queria nada comigo descartado e um cara mais novo muito legal por perto. Eu nunca gostei de caras mais novos, pois achava que todos seriam imaturos, até conhecer o Thiago, meu namorado. Um rapaz super responsável!

E com o passar dos dias, sentia uma enorme atração por ele, até que chegou a semana anterior ao Natal, era a última atividade do terreiro daquele ano de 2020. E na mesma semana encerrei os trabalhos no meu terreiro e ele foi nos prestigiar. 

E ao me despedir dele no final da noite, ele me abraçou (um rapaz que detesta contato físico) e me levantou no colo. Instintivamente, minhas pernas lançaram sua cintura, mas assim que percebemos, nos soltamos. Constrangidos, apenas nos despedimos e fomos embora. Ele mora bem próximo ao local dos terreiros, então estava a pé e eu de carona.

Quando entrei no carro, recebi uma mensagem dele dizendo que eu havia me pendurado nele, então percebendo que ele havia gostado tanto quanto eu, apenas retruquei dizendo que tinha sido ele que tinha me agarrado. Então continuamos conversando sobre o ocorrido, até que ele confidenciou que teve vontade de ficar comigo e eu querendo o mesmo, disse que também ficaria com ele.

No dia seguinte, 19 de dezembro de 2020, seria o último trabalho no terreiro dele também, e após o término dos meus trabalhos ainda fiquei e fui nos dele. Fiquei até o final, esperando por ele, pois já havíamos falado que tínhamos interesse um no outro. Mas sabendo e respeitando muitos traumas dele, não forcei nada, apenas aguardei.

Ao final do ritual, ele pegou uma rosa vermelha, se esquivou de algumas pessoas, pediu licença a outras, atravessou a sala e meu deu a for na mão. Foi um gesto simples, mas que me encantou demais.

Ele não sabia, mas foi a primeira vez que recebi uma flor de um homem diferente do meu pai e justamente minha flor preferida! E naquela hora tive mais certeza ainda de que estava diante de um HAV. Aguardei todos irem embora, para ficarmos a sós novamente e ver no que daria. Então ele ficou envergonhado, não sabia muito o que fazer.

Eu apenas subi no degrau e encostei na porta, ele pediu meu Uber, porque meu celular não estava funcionando. Por acaso, os 2 primeiros motoristas cancelaram a viagem e o terceiro demoraria 7 minutos para chegar.

Então ele me perguntou o que faríamos naqueles minutos, então eu disse que poderíamos fazer o que ele quisesse e se sentisse a vontade de fazer, mas que eu estava ali porque sabia que ele queria ficar comigo tanto quanto eu queria ficar com ele. Aí, ele sem saber o que fazer, se posicionou na minha frente, se aproximou, mas recuou.

Eu já estava pronta para receber um beijo, mas isso me desconcertou e já achando que ele havia desistido e que mais uma vez eu teria assustado alguém, ele me surpreendeu com um palavrão (um pensamento alto) enquanto colocava o celular no bolso, colocou suas mãos na minha cintura e me beijou.

Permanecemos ali aos beijos até o carro chegar. Nos dias seguintes, fomos nos encontrando diversas vezes, inclusive passamos uma tarde inteira juntos após o Natal. Nós nos vimos durante a semana no shopping e ao encontrá-lo lá, andamos de mãos dadas, em 30 de dezembro. Ele me confidenciou que nunca havia feito isso e que mesmo que fosse uma sensação diferente do que ele já tinha vivido, ele amou.

Foi nesse mesmo dia que comentei das 12 semanas de prazo final que o curso propunha. Os dias foram passando e cada vez mais fomos nos vendo, até que saímos para jantar, no dia 08 de janeiro, e caminhamos pela rua por 4km de mãos dadas apenas conversando.

Poderia ter pedido um Uber, mas preferi fazer algo diferente e até hoje ele comenta desse dia, que ele nunca mais faria isso e não sabe nem como conseguiu! Uns dias depois, ele, depois de um longo atendimento a uma amiga necessitada, simplesmente me ligou, coisa que nunca tinha feito.

Perguntou se o McDonald ‘s perto de casa era 24h, pois não tinha comida em casa e estava morrendo de fome, confirmei que sim e então ele me convidou para ir com ele. Eu aceitei, mas disse que era porque sabia que ele estava trabalhando, mas que geralmente em cima da hora e tarde da noite eu não saía. Ele passou e me pegou em casa, compramos um lanche e ficamos sentados no estacionamento comendo dentro do carro.

Então no meio da conversa o questionei dele me ligar, e ele disse que quando percebeu já estava ligando. E que queria muito minha companhia e sentiu muito de ter que cancelar nosso encontro para fazer o atendimento da amiga. Então eu percebi que ele estava muito envolvido e que não queria fugir daquilo e eu muito menos! Então disse que ele me recompensaria no dia seguinte, dia 14 de janeiro, pois seria véspera do meu aniversário.

Nesta mesma semana, eu quis conhecer o trabalho que ele faz no terreiro com o chá da Ayahuasca e disse ainda que seria um presente que me daria de aniversário. No dia 14 saímos, conforme o planejado. Comemos e ficamos nos restaurante até a hora de chegar, depois ainda ficamos no carro até virar a meia-noite do dia 15 de janeiro, pois ele disse que fazia questão de ser o primeiro a me parabenizar pelo meu aniversário, já que durante o dia não poderíamos nos ver devido estarmos trabalhando. Mas que faria questão de me levar para casa após a aula, e assim o fez.

No caminho me explicou detalhadamente o que eu precisava saber sobre o ritual no dia seguinte e lá fui eu para algo até então totalmente desconhecido. Quando cheguei, dei de cara com a mãe dele, a irmã e a avó! Fiquei completamente desconcertada, mas fui em frente. A avó dele já tinha tido a oportunidade de conhecer anteriormente, mas a mãe dele, sabendo o quanto ela era ciumenta com o filho, me assustou um pouco de imediato, mas a conhecendo rapidamente antes do ritual, logo tirei essa impressão.

Durante o ritual não é permitido conversar com os outros participantes, pois pode atrapalhar o momento e a vivência do outro, justamente por ser um processo bastante meditativo há essa restrição. Então somente um dado momento, já ao final do ritual, que podemos conversar e compartilhar com os demais participantes o que foi experienciado naquele dia.

E neste momento, ele se levanta do seu lugar e senta ao meu lado, me abraçando e me beijando na frente de sua família, como se já tivesse feito isso comigo antes. Ficamos ali conversando um pouco e até que ele me pede em namoro, eu ainda nos efeitos finais do chá, aceitei, mas confesso que não me recordo muito bem.

Essa parte ele sempre que conta!Como era minha primeira vez nesse ritual e tudo muito novo, demorei a me sentir 100% e enquanto isso todos foram embora, e nós dois fomos ficando. Tínhamos apenas uma almofada, um cobertor e esteiras de palha, mas acabamos pernoitando por ali mesmo, pois o cansaço foi maior.

Foi a primeira vez que dormimos juntos e de uma forma muito inusitada! Ao acordar de manhã cedinho, ele ainda bastante sonolento repete o pedido de namoro e eu, já totalmente em mim, aceito novamente e registro o momento com uma foto e questiono se posso então postar a foto já que estávamos namorando e ele não se importava. Alguns dias depois, mudamos o status de relacionamento nas redes sociais e logo em seguida escolhemos nossas alianças e uma surpresa linda, no dia 07 de fevereiro ele me pediu em namoro de novo.

E depois em nossa primeira viagem de casal, em 18 de junho, com 6 meses juntos, me pediu em namoro novamente! Então, desde 19 de dezembro de 2020 que estamos juntos, somos namorados, amigos, parceiros e companheiros! E eu só posso agradecer tudo o que aprendi com o MAV 11. Gratidão.

Ítalo Ventura © Todos os direitos reservados - CNPJ: 31.692.618/0001-93